O Vale do Mucuri será palco do 1º Festival do Tropeiro Mineiro, que reúne oito restaurantes de quatro municípios da região para uma disputa especial do tradicional prato mineiro: o feijão-tropeiro. Entre os dias 10 e 20 de julho, os estabelecimentos participantes servirão suas versões do tropeiro, que terão o público como jurado.

Origem e importância cultural do feijão-tropeiro

Embora a origem do feijão-tropeiro seja tema de debate entre historiadores e gastronomia, não há dúvidas sobre a paixão dos mineiros por esse prato clássico, feito à base de feijão, farinha e carne de porco. Reconhecendo o valor cultural e a popularidade dessa iguaria, a promotora de gastronomia Miriam Cerutti idealizou o Festival do Tropeiro Mineiro, que pela primeira vez ocorre fora da capital Belo Horizonte, na região do Vale do Mucuri.

Participantes e municípios envolvidos

O festival conta com a participação de restaurantes localizados nos municípios de Águas Formosas, Crisólita, Bertópolis e Santa Helena. Foram selecionadas oito casas que demonstraram capacidade para receber clientes e turistas e que prepararam suas versões do tropeiro para a competição.

Funcionamento do festival e critérios de avaliação

Cada restaurante criou sua receita com o requisito básico do uso do feijão e da farinha. Durante o período do evento, os clientes podem degustar os pratos e votar em três categorias: apresentação, sabor e criatividade, atribuindo notas de cinco a dez. A média das notas da votação popular terá peso de 70% na decisão final.

Os outros 30% da nota virão da avaliação de um júri formado por cinco chefs de Belo Horizonte, que visitaram os restaurantes antes do festival para validar as participações e também avaliar os pratos nas mesmas categorias.

Encerramento e anúncio do vencedor

Entre os dias 29 de julho e 4 de agosto será realizada uma festa de encerramento do festival com a presença dos restaurantes participantes, atrações musicais e outras atividades. O resultado da competição será anunciado no dia 2 de agosto durante o evento.

Diversidade de receitas e particularidades regionais

Apesar de seguirem a linha tradicional, os pratos apresentam variações que refletem os estilos e ingredientes regionais. Por exemplo, o Empório do Sabor 3 Marias, em Crisólita, inclui feijão carioca, barriga suína frita, pele de porco frita, linguiça calabresa e carne de sol. O restaurante Sabor da Casa, em Bertópolis, aposta em feijão carioca, farinha de mandioca amarela, carne de sol e torresmo, entre outros ingredientes.

Já o Bistrô 2 Irmãos, em Santa Helena, usa feijão vermelho, farinha de mandioca e bacon, enquanto o Bar da Cida, em Águas Formosas, utiliza ovos cozidos e torresmo de toucinho caipira. O Cantinho da Lulu, também em Águas Formosas, apresenta uma receita com feijão-de-corda e banana-da-terra frita.

Cada receita traz um toque especial, mostrando a riqueza e a diversidade da culinária do Vale do Mucuri e garantindo uma disputa saborosa e democrática, com um júri popular e especializado.