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São Francisco: o rio que mais secou no cerrado em 37 anos
O bioma, que representa um quarto do território nacional, enfrenta grave crise hídrica afetando regiões chave do Brasil.
O Rio São Francisco, uma das principais fontes de água do Brasil, apresentou um alarmante declínio em sua vazão, secando mais que qualquer outro rio do cerrado nos últimos 37 anos. O bioma do cerrado, que ocupa um quarto do território nacional, é responsável pelo abastecimento de oito das 12 regiões hidrográficas brasileiras.
Impactos da Secagem
Um regime de chuvas decrescente, o desmatamento de matas nativas e o aumento do uso da água contribuíram para que a Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco perdesse metade de sua vazão. Esse manancial é o que mais secou no cerrado, que, no geral, perdeu 27% da água de suas seis principais bacias entre 1985 e 2022.
Dados Alarmantes
Os dados vêm do projeto "Cerrado – O Elo Sagrado das Águas do Brasil", lançado pela organização de jornalismo investigativo Ambiental Media. Entre 1985 e 2022, a vegetação nativa do cerrado sofreu uma redução de 22%, enquanto a área dedicada à produção de soja cresceu quase 20 vezes, contribuindo para uma diminuição de 21% na quantidade de chuvas e um aumento de 8% na evapotranspiração.
Reflexos da Degradação
Uma série de reportagens intitulada "Veredas mortas" do Estado de Minas documentou essa devastação, retratando a triste realidade de solos antes férteis que se tornaram áridos. A poluição das águas do Rio São Francisco e de seus tributários também preocupa, com altas concentrações de fósforo e manganês, resultado de agrotóxicos e esgoto.
Consequências para o Futuro
O estudo alerta que o desmatamento e a alteração do solo são os principais culpados pela perda de água, com 56% das águas perdidas atribuídas a essas práticas. O relatório ressalta a necessidade urgente de discutir as medidas de conservação do cerrado, vital para o abastecimento de água, agricultura e geração de energia.
Recomendações Urgentes
O relatório conclui com a recomendação de estabelecer áreas prioritárias para a conservação da água e sugestões de legislações mais rigorosas para proteger as bacias ameaçadas. É crucial aumentar a conscientização da população sobre a conexão entre o cerrado e a disponibilidade hídrica, garantindo assim um esforço coletivo na preservação desse bioma essencial.