Juliette Binoche, presidente do júri do Festival de Cannes, está de volta ao evento após 40 anos de sua primeira participação, quando tinha apenas 21 anos, com o filme "Rendez-vous" (1985). Desde então, ela desenvolveu uma forte conexão com o festival, considerando-o uma parte fundamental de sua vida.

Retorno ao Festival

Como presidente do júri que decidirá a Palma de Ouro deste ano, Binoche se sente honrada. Este é um marco na história do festival, já que é a primeira vez que uma mulher ocupa este cargo por duas edições consecutivas. Ela afirma: "Acho que o segredo de um bom júri e de uma boa avaliação é não antecipar nada. É como atuar: você sabe que tudo o que precisa está dentro de você, a sua experiência, o seu próprio ser. E você tem que confiar no que está sentindo".

Memórias da Primeira Participação

Binoche recorda sua primeira experiência em Cannes como um momento alegre e divertido, repleto de entusiasmo e curiosidade. "Eu não tinha a menor ideia do que acontecia no festival. Fui atraída pelo entusiasmo de todos". Ela menciona ainda uma memória engraçada de ter escorregado no chão de mármore do hotel Carlton, onde está hospedada novamente este ano.

Experiências Passadas com o Júri

Sobre sua experiência como presidente do júri em Berlim há seis anos, Binoche destaca a importância das conexões formadas com outros jurados, afirmando que é possível criar uma verdadeira amizade. Ela admite que já se sentiu frustrada por não ser reconhecida em algumas premiações, mas enfatiza a importância de manter a humildade.

Reflexões sobre o Cinema e o Feminismo

Binoche, que recentemente assumiu a presidência da Academia Europeia de Cinema, considera isso uma conquista significativa para as mulheres na indústria cinematográfica. Ela fala sobre a resistência que o movimento feminista enfrenta e a necessidade de uma mudança na mentalidade sobre como as mulheres são tratadas na sociedade.

Desafios Recentes

Ela também menciona o caso de Gérard Depardieu, que, mesmo com acusações de agressão, continua a trabalhar, refletindo sobre as complexidades do mundo atual e a importância de continuar a luta por justiça e igualdade.