A compra de 58% do capital do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) tem movimentado o mercado nacional desde que foi anunciada na última sexta-feira (28/3). Na avaliação do ex-presidente do Banco Central (BC) Gustavo Loyola, a repercussão da transação é natural, "mexe com a concorrência" e "faz parte do jogo".

Comentário de Gustavo Loyola

"Minha experiência no BC é que sempre existem terceiras instituições que demonstram interesse, querem interferir na negociação. Faz parte da regra do jogo. Nada de errado nisso. E acredito que a operação pode ser benéfica para todo mundo", afirmou Loyola em entrevista à CNN Brasil.

Detalhes da Transação

A transação é avaliada em R$ 2 bilhões, conforme anunciado pelo BRB, o que representa 75% do patrimônio consolidado do Banco Master. Com essa aquisição, o BRB aumentará sua base de clientes para cerca de 15 milhões de pessoas.

Análise e Aprovação do BC

O ex-presidente do BC também comentou que a compra deverá ser tratada com todos os cuidados necessários, de acordo com os comunicados das duas instituições financeiras. Ele ressalta a importância de auditorias independentes e a possibilidade do BRB escolher quais ativos não farão parte da nova operação. "Confio que o BC vai examinar quais os benefícios que essa operação traz, e os eventuais malefícios. Vai pesar dos dois lados", declarou.

Concorrência e Interesses de Mercado

A aquisição do Banco Master pelo BRB ainda requer aprovação do Banco Central, que tem um prazo de até um ano para analisar os documentos. Durante esse período, outros agentes do mercado podem demonstrar interesse na aquisição. Entre eles, André Esteves, do BTG Pactual, que já teria se reunido com o presidente do BC. A situação gerou especulação sobre propostas envolvendo a instituição.