Uma reunião em Brasília no último sábado (15/3) selou uma decisão que terá impactos na reforma ministerial do governo federal e nas eleições para o governo de Minas em 2026. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para conversar sobre o futuro político do parlamentar recém-egresso da presidência do Congresso Nacional.

A recusa ao ministério

A principal definição da conversa entre o petista e o mineiro foi a recusa do pessedista em assumir uma pasta na Esplanada dos Ministérios. Desde o início do ano, na abertura da segunda metade do mandato, Lula trabalha nos bastidores para viabilizar uma reforma ministerial em atendimento às demandas de partidos aliados no Legislativo e que cobram um preço alto para acompanhar o governo no Congresso. O nome de Pacheco, que encerrava seu mandato no comando do Senado, era um dos favoritos do petista para acenar ao PSD, legenda camaleônica que abriga nomes que transitam desde alas mais progressistas até o bolsonarismo.

Impacto nas eleições de 2026

Lula já declarou publicamente em diversas ocasiões que Pacheco é seu nome favorito para disputar o governo de Minas em 2026. O planejamento do presidente prevê a reedição da dobradinha entre PT e PSD formada em 2022, quando os petistas apoiaram o ex-prefeito de BH, Alexandre Kalil, para o governo estadual e Alexandre Silveira ao Senado. À reportagem, o vice-líder do governo Lula na Câmara dos Deputados, Rogério Correia (PT-MG), afirmou que a opção de Pacheco por se manter no Senado não atrapalha as pretensões de apoiá-lo na disputa de dois anos. No entanto, ele ressaltou que há no partido a expectativa por uma posição mais explícita do senador em relação à sua intenção de concorrer ao governo estadual.

Opiniões divergentes

O deputado estadual Cássio Soares, presidente do PSD em Minas Gerais, destacou que a decisão de não assumir nenhum ministério foi uma escolha pessoal de Pacheco e não uma estratégia da legenda. Ele elogiou o senador e enfatizou que uma eventual candidatura em 2026 ainda precisa ser discutida dentro do partido. Enquanto isso, a bancada do PSD no Congresso não vota em bloco nas pautas do Executivo, refletindo a heterogeneidade da legenda.