No Dia Internacional da Mulher, as mulheres tomaram as ruas de Belo Horizonte neste sábado (8/3), com bandeiras e adereços que simbolizam a luta por direitos. Os atos não apenas celebravam a data, mas serviram como um forte protesto contra o machismo e o feminicídio, com Minas Gerais ocupando a segunda posição no ranking de violência de gênero do Brasil, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Defesa da Democracia

A manifestação também enfatizou a importância da defesa da democracia, a legalização do aborto e o combate à escala 6X1, que é objeto de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) apresentada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL). Os atos aconteceram em dois momentos: um pela manhã na Praça Afonso Arinos e outro à tarde na Praça Raul Soares, ambos localizados na Região Central de BH. De lá, as participantes seguiram em caminhada rumo à Praça Sete, um ponto tradicional para manifestações na cidade.

Desafios Enfrentados

A coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher da UFMG, Marlise Matos, destacou que um dos principais desafios atuais é enfrentar “o fascismo, o autoritarismo e o conservadorismo”, que ameaçam os direitos das mulheres. Bruna Simões Araújo, coordenadora do Vida Além do Trabalho (VAT), ressaltou que a luta pelo fim da escala 6X1 é crucial, pois muitas mulheres enfrentam a sobrecarga de trabalho em casa após longos turnos de trabalho.

Sobrevivência e Coletividade

A presidente do Conselho da Mulher, Fátima Muniz do Nascimento, reforçou que a maior batalha das mulheres é pela sobrevivência em um ambiente hostil, onde a violência é uma constante. Ela defendeu a união entre as mulheres como a chave para a mudança. Júlia Inês, do Movimento Popular da Mulher, ressaltou a necessidade de mais mulheres ocupando espaços de poder e assegurou que o trabalho por autonomia financeira e liberdade de escolha é essencial.

O Papel da Política

No ato, a vereadora Cida Falabella (PSOL), que recentemente enfrentou ameaças de morte, enfatizou a importância da resistência coletiva e do cuidado entre as mulheres para garantir presença em espaços de poder. Ela pediu o fim da escala 6X1, afirmando que a vida deve ir além do trabalho, especialmente para as mulheres que lutam com a escassez de tempo em suas vidas.

Outra vereadora, Juhlia Santos (PSOL), destacou a necessidade de garantir a permanência das mulheres em posições de poder para transformar a realidade da violência e da discriminação em Minas Gerais. Ela afirmou que apenas ocupando esses espaços é que as mulheres podem efetuar mudanças significativas na sociedade.