No intuito de reverter sua queda de popularidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, em um pronunciamento em cadeia nacional, a proposta de liberar o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para trabalhadores que foram demitidos e não puderam acessar os valores por terem escolhido a opção de saque-aniversário. A medida será formalizada através de uma Medida Provisória que deve ser assinada nesta terça-feira.

Objetivo da Medida

A decisão de liberar o saque do FGTS é parte das ações do governo para melhorar a imagem de Lula em um período de crise de popularidade. Ele também mencionou o programa Pé-de-Meia, que concede R$ 1 mil aos estudantes que completam o ensino médio, e a gratuidade de 41 produtos do programa Farmácia Popular. "Sacar o FGTS é um direito do trabalhador, que pode usar esse recurso para pagar suas contas e, assim, injetar mais dinheiro na economia", disse Sérgio Nobre, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Desafios e Contexto Político

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, é um crítico do saque-aniversário, que foi implementado em 2020 durante o governo anterior. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por outro lado, defende a manutenção dessa modalidade. Lula fez alfinetadas à gestão anterior sem citar nomes, enfatizando que "depois de dois anos de reconstrução de um país que estava destruído, estamos trabalhando para trazer prosperidade".

Impacto na Popularidade

A crise de popularidade do governo é alarmante, especialmente entre os segmentos de baixa renda e nordestinos, que foram fundamentais para a vitória de Lula nas últimas eleições. A inflação e o aumento dos juros têm gerado dificuldades para esses grupos, contrariando promessas feitas durante a campanha presidencial. Em 2024, o preço da carne e do café aumentou significativamente, complicando ainda mais a situação dos mais pobres.