A proposta da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de criar um plano de saúde que ofereça cobertura apenas para consultas eletivas e exames tem gerado polêmica. O Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) considera essa iniciativa um retrocesso significativo para os consumidores.

Contexto da Proposta

A ANS defende que a nova modalidade tornaria os planos de saúde mais acessíveis, mas o Idec argumenta que, na prática, essa mudança pode limitar o acesso a cuidados essenciais. As principais exclusões deste plano seriam serviços como pronto-socorro, internação e terapias, levando a uma precarização do atendimento médico.

Críticas do Idec

Yuri Hidd, pesquisador do Idec, comentou que “a ideia, que já era defendida há muito tempo pelas empresas, é agora apresentada como uma 'inovação' para ampliar o acesso. Mas, na prática, isso pode torná-lo ainda mais difícil e limitado.” Além disso, ele destacou que a falta de cobertura para procedimentos mais complexos pode deixar os consumidores sem opções adequadas em momentos críticos.

Justificativa da ANS

Segundo a ANS, a proposta surge em resposta à escassez de planos de saúde individuais, visando criar um ambiente regulatório que possibilite a expansão do acesso ao setor de saúde suplementar. Alexandre Fioranelli, diretor de Normas e Habilitação dos Produtos, afirmou que apenas 25% da população brasileira possui planos de saúde, o que resulta em uma sobrecarga no Sistema Único de Saúde (SUS).

Próximos Passos

A consulta pública para que a sociedade se manifeste sobre essa proposta ocorrerá entre os dias 18 de fevereiro e 4 de abril, com uma audiência pública marcada para o dia 25 de fevereiro. A ANS promete divulgar mais informações sobre como participar desse processo.