BRASÍLIA - Davi Alcolumbre (União Brasil) foi eleito na tarde deste sábado (1º) como o novo presidente do Senado para os próximos dois anos. Apesar de enfrentar outros dois concorrentes, o desfecho não surpreendeu, visto que ele obteve 73 votos entre os 81 senadores. Essa ampla vitória se deve ao forte apoio partidário que conquistou ao longo do último ano, contando com o suporte de 10 dos 12 partidos representados no Legislativo.

Trajetória e Retorno

Com 47 anos, Alcolumbre voltará a exercer o cargo que ocupou entre fevereiro de 2019 e 2021, além de presidir também o Congresso Nacional. Ele sucede Rodrigo Pacheco (PSD-MG), seu afilhado político, que ocupou a cadeira nos últimos quatro anos. Durante sua ausência da presidência, Alcolumbre liderou a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), considerada a mais relevante da Casa, onde acelerou a aprovação da PEC que limita decisões individuais de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Alianças e Votações

Para garantir seu retorno, Alcolumbre conseguiu o respaldo de 10 partidos, que juntos têm 76 dos 81 senadores na Casa. Entre esses partidos, destacam-se: PSD, PL, MDB, PT, União Brasil, PP, PSB, Republicanos, PDT e PSDB. Apesar de tal apoio, alguns dissidentes eram esperados, uma vez que o PL lançou o senador Astronauta Marcos Pontes (SP) como candidato avulso e o senador Eduardo Girão (Novo-CE) também concorreu, ambos recebendo quatro votos.

Defesa da Independência do Legislativo

Antes da votação, Alcolumbre afirmou a importância da independência do Congresso em relação ao Judiciário, ressaltando que, embora seja crucial respeitar as decisões judiciais, é igualmente necessário assegurar as prerrogativas do Legislativo. "Meu primeiro compromisso como presidente desta Casa será com a defesa da voz do povo: o mandato parlamentar", declarou.

Compromissos Futuros

Entre suas promessas, Alcolumbre se comprometeu a reiniciar os debates sobre Medidas Provisórias (MPs), que devem passar por uma comissão mista de senadores e deputados, um procedimento que foi ignorado durante a pandemia. Ele também se manifestou contra a prática da Câmara de apensar projetos do Senado em propostas ainda embrionárias entre os deputados.